quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Kosovo: brincar com o fogo

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Por que razão se precipita a comunidade internacional para conceder a independência ao Kosovo?
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Porquê recusar a solução de autonomia alargada que a Sérvia está disposta a conceder?
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Qual o interesse em humilhar a Sérvia (e hostilizar abertamente a Rússia), arriscando uma nova guerra numa área fustigada por séculos de conflitos?
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O que sucederá à minoria sérvia que tem sido castigada por sucessivas operações de limpeza étnica levadas a cabo pela maioria albanesa?
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A verdade é que uma declaração unilateral de independência por parte do Kosovo porá em causa a estabilidade das fronteiras e a integridade territorial de um país em pleno coração da Europa.
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A verdade é que, à luz de todas as leis internacionais, o Kosovo é parte integrante do território da república da Sérvia.
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A verdade é que, após a independência do Kosovo, não restarão à comunidade internacional argumentos para impedir, por exemplo, a independência do País Basco.
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A verdade é que o Kosovo independente será um estado maioritariamente muçulmano cravado em plena Europa.
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A verdade é que o Kosovo independente terá uma área equivalente ao distrito de Beja e uma população não superior a 2 milhões de habitantes, afectados por uma taxa de desemprego da ordem dos 40%.
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Mais um estado inviável, que sobreviverá (?) à custa da ajuda económica e da protecção militar que a comunidade internacional estiver disposta a conceder.
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O bom senso recomendaria um pouco mais de prudência. Mas parece haver quem esteja interessado em brincar com o fogo.
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João Castanheira

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