segunda-feira, 31 de março de 2008

A festa da democracia


Eis a notícia que todos esperávamos: “O fantasma da fraude nas eleições no Zimbabwe pode ser colocado de parte”. A afirmação é de Marcos Barrica, coordenador da missão de observação eleitoral da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Diga-se que Marcos Barrica é o ministro da juventude e desportos de Angola, país que foi encarregue de chefiar a missão de observação eleitoral da SADC.

Parabéns à SADC, pois a tarefa de chefiar a verificação dum processo eleitoral democrático não poderia ter sido melhor entregue. Como sabemos, Angola é hoje uma democracia madura e consolidada, referência democrática aclamada internacionalmente pela lisura e pela transparência com que decorrem os seus frequentes processos eleitorais.

Pouco importa que as últimas eleições legislativas em Angola tenham ocorrido há 17 anos e que tenham terminado com a eliminação física dos principais dirigentes da oposição. Pouco importa que o presidente da república esteja no poder há 30 anos sem nunca ter sido legitimado democraticamente. Pouco importa que jamais tenham ocorrido em Angola eleições autárquicas.

Em boa verdade, as eleições no Zimbabwe são é uma grande chatice. O povo pensa que vota, os observadores da SADC fazem de conta que observam e Mugabe finge que conta os votos.

Ou muito me engano ou o tiranete sanguinário sairá em ombros, para gáudio da vizinhança.

João Castanheira

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