terça-feira, 24 de junho de 2008

SOCORRO

Assisti há uns tempos, envergonhado, a uma reportagem televisiva sobre a integração no nosso país dos jovens emigrantes provenientes da Europa de leste.

Intrigada com o facto de estes jovens serem, invariavelmente, os melhores alunos das suas turmas, a jornalista perguntava-lhes como conseguiam semelhante proeza, vencendo sem dificuldades a barreira linguística e deixando para trás a nossa rapaziada.

Os jovens respondiam, com um sorriso maroto, que o sistema de avaliação em Portugal era demasiado fácil. Nada que pudesse ser comparado com o grau de exigência a que estavam habituados nos seus países de origem.

Ontem, fomos confrontados com uma nova fase no processo de destruição do sistema de ensino. À saída do exame nacional de matemática, todos os alunos – mesmo os portugueses – consideravam que a prova havia sido demasiado fácil. Os estudantes pareciam aliás incrédulos perante o carácter infantil do exame.

Para a Sociedade Portuguesa de Matemática "O padrão utilizado para avaliar o desempenho dos alunos não permite distinguir aqueles que efectivamente trabalham e não ajuda os professores a incentivarem os alunos a aprofundar os seus conhecimentos". Assim mesmo: com este tipo de provas toda a gente passa. Os bons e os maus alunos, os mais aplicados e os menos aplicados. É a institucionalização da bandalheira. Um dias destes ainda regressam as passagens administrativas à moda do PREC.
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A opção do governo não podia ser mais clara: entre a qualidade do ensino e as boas estatísticas, os socialistas não hesitam. Pouco importa que estejam a formar gerações de ignorantes diplomados Pouco interessa que estejam a hipotecar o futuro do país. O que realmente importa é mostrar “bons resultados”, ainda que postiços.
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Que futuro pode ter um país que atira ao lixo o mérito, a exigência, o rigor e a responsabilidade?

Para quem acha que já não há diferenças entre a esquerda e a direita, aqui fica uma pequena amostra do que vai na alma dos espíritos iluminados da nossa esquerda: escolas sem exames, polícias sem armas, crimes sem penas, prisioneiros com seringas, toxicodependentes com droga...

João Castanheira

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