quarta-feira, 6 de agosto de 2008

O homem Eucalipto

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Há razões que nem a melhor das razões entende. Bem, neste caso, o do homem Eucalipto, há uma razão que entende, a razão das celuloses.

Escrevia, nas páginas de um conhecido diário cá da praça, um senhor, a que dou o cognome de o Homem Eucalipto, a propósito de uma homenagem a um suposto reconhecidíssimo silvicultor cuja obra magna foi ter aberto as serras e vales portugueses à plantação do Eucalipto, que era fundamental, senão mesmo imperioso à economia portuguesa, que se levasse a cabo um programa intensivo de plantação de eucaliptos numa tal de faixa ecológica que o tal silvicultor, que o Homem Eucalipto homenageava, havia identificado. Essa faixa ocupava, mais coisa menos coisa, todo o litoral português.

Para este homem, de pouco vale o nosso já depauperado património ambiental, as razões da razão das celuloses são o que vale, e lhe vale, pelos vistos. Não lhe interessa se o Eucalipto destrói as paisagens, os ecossistemas a biodiversidade e de caminho tenha um potencial incendiário enorme, alías exponenciado pelo clima e orografia  que temos. O que vale é o que dizia o dito silvicultor e a tal faixa ecológica (não sou tão mal este termo nesta frase?) que há para ocupar.

Plantem-se Eucaliptos, eucalipte-se, do Gerês à Ria Formosa, passando, já agora pelo Parque da Cidade no Porto e por Monsanto em Lisboa, eucalipte-se e de caminho exporte-se o Homem Eucalipto para a Austrália, que em boa verdade, é junto dos Koalas que o Homem se há de sentir bem...

E já agora, porque será que não há Eucaliptos na Suíça? Não haverá por lá nenhuma faixa ecológica para plantar? Ou será que o senso dos suíços e o seu cuidado com a preservação do património os impede de ter aberrações tipo Homem Eucalipto?

Luís Isidro Guarita



 


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