segunda-feira, 2 de março de 2009

O Estado Circo


Mais que um Estado falhado ou um Estado pária, a Guiné-Bissau é um verdadeiro Estado circo.

A tenda está montada há 35 anos. Desde a independência, o país passou por uma ditadura pró-soviética e por uma inacreditável sucessão de golpes de estado, revoltas militares e atentados.

Em Bissau, as divergências políticas e tribais são resolvidas à facada e a tiro. Esta noite terá sido assassinado o Presidente da República e a família, cujos bens estão neste momento a ser pilhados por “militares”.

A debilidade das instituições é tal que o país foi tomado de assalto por quadrilhas de narcotraficantes, transformando-se num autêntico narco-Estado.

É suposto que os portugueses mantenham um silêncio cobarde perante os problemas da Guiné-Bissau e dos restantes PALOPs, como forma de expiar os pecados de um cada vez mais longínquo passado colonial.

Merda para o silêncio, que nos obriga a tolerar políticos assassinos, déspotas, ditadores, corruptos e analfabetos, que roubam e matam o próprio povo a troco de uma vida de luxo.

A Guiné-Bissau é um país fabuloso, com tudo para ser um verdadeiro paraíso na terra. Até quando vai o mundo tolerar o sofrimento imposto pelos carrascos guineenses ao seu próprio povo?

Não será evidente que a Guiné-Bissau não tem, neste momento, capacidade para se auto-governar? Para quando uma intervenção da comunidade internacional?

João Castanheira

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